(English version at bottom)
A chegada ao aeroporto de Sidney foi bem menos tranquila que a da Nova Zelândia, de onde viemos. Foram muitos policiais com cachorros cheirando bagagens e milhões de sensores, revistas detalhadas etc. Note-se que brasileiros precisam de visto e certificado de vacina de febre amarela. No entanto, não tivemos que mostrar a vacina e só respondemos a algumas perguntas básicas. A um oriental que estava próximo, três pessoas diferentes pediram o tal certificado. Mas, como além de nossas pequenas malas, tínhamos uma mochila nas costas, o cachorro precisou farejá-las.
A chegada ao aeroporto de Sidney foi bem menos tranquila que a da Nova Zelândia, de onde viemos. Foram muitos policiais com cachorros cheirando bagagens e milhões de sensores, revistas detalhadas etc. Note-se que brasileiros precisam de visto e certificado de vacina de febre amarela. No entanto, não tivemos que mostrar a vacina e só respondemos a algumas perguntas básicas. A um oriental que estava próximo, três pessoas diferentes pediram o tal certificado. Mas, como além de nossas pequenas malas, tínhamos uma mochila nas costas, o cachorro precisou farejá-las.
Sydney é uma cidade
grande, poluída, com congestionamentos e arranha-céus gigantescos. Este clima é
quebrado pelo lindo jardim botânico situado bem no centro e pertinho do Ópera House,
e da ponte de Sidney Harbour. O
jardim botânico é moradia de muitas aves e as cacatuas fazem um barulho
tremendo.Existem muitos morcegos por lá também, parecem até frutas pendendo das árvores.
Existem praias
bonitas nos arredores de Sydney, facilmente alcançadas pelos catamarans que
trafegam a todo instante. Chama à atenção a quantidade de comércio na cidade. São
milhões de shoppings pequenos, médios, grandes, e muito comércio de rua. Também
é interessante o sistema de transporte, bem diversificado. O trânsito é meio
congestionado, mas há opção de trem, tram
(bonde) e monotrilho. Além disto, alguns passes de ônibus, ou de outro
transporte coletivo, são conjugados com entradas para parques ou atrações turísticas.
Cansados da confusão
de cidade grande, alugamos um carro e fomos para as Blue Mountains, região a
cerca de 150 km
de Sydney. Muito tranquilo e bonito. Infelizmente, muitas das
caminhadas estavam proibidas devido a incêndios que ocorreram em 2006. A vegetação estava se
regenerando e havia multa severa, caso alguém tentasse caminhar naqueles
locais. Chamou minha atenção a quantidade de pássaros na Austrália.
Praticamente em todos os lugares ouve-se o cantar deles. Não sei se é devido
aos eucaliptos. Na verdade, o eucalipto é originário da Austrália. E, assim
como os pássaros, eles estão presentes em todas as regiões, nos mais variados
tipos e tamanhos. Pude perceber que periquitos de várias espécies adoram
eucaliptos.
As distâncias na Austrália
são enormes. Pensávamos em viajar de trem, mas no final de contas o passe não
valeria tanto a pena. Desta forma priorizamos algumas regiões e fizemos o
esquema avião/carro. Nem mesmo o ônibus valia muito, devido ao tempo que se
perde para tarifas não tão compensadoras.
Voamos para Cairns no
nordeste, onde está a Barreira de Corais. Um de nossos objetivos era fazer o
mergulho para conhecer. Foi ótimo chegar ao calor novamente apos mais de 40
dias de frio, calefação, meias etc. A barreira de corais é muito bonita. Fomos
conhecê-la na parte mais externa. É de um colorido bem variado e os peixes são
de vários tipos e cores. Demos sorte, pois a visibilidade estava boa no dia da
visita.
A maioria das praias
na Austrália, no mês de maio, ainda estava com restrições ao banho devido aos ‘stingers’ que são criaturas marinhas que
picam terrivelmente. Em toda praia ha cordões de isolamento e só é permitido o
banho numa pequena parte da praia. Junto aos quadros de aviso, há um vidro de
vinagre, que deve ser passado caso haja picada do bicho. Outra coisa curiosa é
que há crocodilos em algumas praias. Nestas o banho de mar é proibido. Eu nunca
tinha ouvido falar de crocodilo de água salgada, mas existe!
Em Cairns, alugamos
outro carro, com Hertz (curiosidade sobre carros a luz de ré em carros pequenos
só acende de um lado), e fomos descendo a costa. Visitamos Townsville, Magnetic Island,
que é muito linda. Fomos até Whitsundays
e à famosa praia de Airlie Beach, que
é meio como Búzios. O peixe típico desta região é a barramundi, que é bem
saboroso e de carne branca.
O nordeste da Austrália
é cheio de frutas, que são anunciadas como tropicais. Dentro do próprio país há
uma propaganda imensa para os produtos tropicais. Passamos por muitas plantações de cana-de-açúcar, café, chá,
banana. No entanto, os preços são caríssimos. Os produtos são locais e, às
vezes, foi mais barato comprá-los no deserto! Encontramos barganhas nas barraquinhas
de estradas. A cana-de-açúcar estava toda marcada com avisos de quarentena. Não
consumi-la no local. Não vimos nenhuma queimada e percebemos que a cana é toda
retirada diretamente para trens que passam dentro das produções.Não se pode carregar frutas do sudeste para o nordeste do país para evitar contaminação por pragas.
O problema da falta
de água na Austrália é crônico. Há muitas campanhas conscientizando o público
pela televisão. Ao mesmo tempo, acho que sofrem de inundações repentinas, pois
nas estradas há sempre uma régua linimétrica para indicação da situação. É
interessante, pois já que não se pode remediar pelo menos se avisa até onde a água
pode subir.
Ainda na região das
praias, conhecemos Port Douglas e
fomos até Cape Tribulation. Esta região lembra Ubatuba, em SP. Praias associadas a
montanhas cobertas de vegetação. A região de montanhas é chamada de Tablelands e é onde está a floresta
tropical. Fauna e flora ricas e muita exploração turística. Licor de banana, passeio
de barco pela floresta, coalas e cangurus em cativeiro, além de aborígenes
tocando ‘didgeridoos’, que são
instrumentos de sopro feitos em longos talhos de eucalipto. Em Port Douglas estava acontecendo um
carnaval. Vimos a festa e, ao voltar para o hotel, fomos parados para teste de
bafômetro na estrada. Sem problemas, claro.
Do litoral voamos
para o território setentrional (northern
territory), ou simplesmente Red
Center. Meu marido fazia questão absoluta de conhecer a região. Muitos
australianos diziam que não havia muito que fazer por lá, e também fomos
avisados de que seria tudo muito caro. Foi-nos sugerido, várias vezes, pegar
uma excursão para esta região desértica. No entanto, pagamos para ver e fomos
independentemente. Valeu a pena, pois no final economizamos muito mais do que o
preço das excursões, e ainda conhecemos tudo no nosso ritmo. Voamos para Alice
Springs e de lá alugamos um carro para ir até Ayers Rock. Só há um resort em Ayers
Rock, com vários tipos de hotéis. Escolhemos o mais em conta e fomos conhecer Uluru
e Katajuta. O primeiro é um monólito
famoso por mudar de cor durante o amanhecer e escurecer. Um dos programas
principais é ficar observando-o nestes períodos. Katajuta (nome original), ou Olgas, ou simplesmente muitas cabeças,
é um complexo de várias rochas juntas que se destacam na paisagem horizontal e
seca do deserto. Foram muitas caminhadas em paisagens bem diferentes.
Também fomos aos Kings Canion que fica a +/- 300 km de Ayers
Rock. Devido à região ser extremamente seca, faz bastante frio e o vento é gelado.
O sol é quentíssimo, mesmo no outono, quase inverno. A quantidade de moscas é indizível.
E a quantidade de choques que a gente toma, principalmente encostando-se ao
carro também é fantástica. A geologia do local é muito interessante e valeu
conhecer.
Em Alice Springs, em especial, pudemos
notar o problema dos aborígenes australianos. Eles parecem que estão num mundo à
parte. Ficam zanzando de um lado para o outro. Não sei se pretendem pedir
esmolas ou o que. Alguns ainda nos abordaram para que comprássemos artesanato.
Foi o único local onde me senti um pouco alerta quando andava pelas ruas. A
gente fica apreensiva e curiosa para entender a situação. Tínhamos visto um documentário
na televisão que dava conta da evolução da situação deles. Parece algo
delicado. Resolvemos perguntar a uma vendedora numa loja para sentir a opinião
das pessoas. Perguntamos se era permitido a eles trabalhar. Sim, é permitido,
mas eles quase não trabalham, pois não tem educação formal. Segundo esta
senhora, não há incentivo do governo para que as pessoas coloquem os filhos na
escola. Não possuem hábitos de higiene e não veem razão para integração. O
governo subsidia com moradia etc, e é por isto que as pessoas gostariam que
eles trabalhassem, para baixar a carga de impostos. Somente na década de 50 foi
dado direito de voto aos aborígenes e também foi permitido vender bebida alcoólica
para eles. O problema de alcoolismo é grande entre este segmento. Alguns aborígenes
se destacam no artesanato e pintura e seus quadros estão ficando famosos. Mas são
minorias. A grande questão parece ser que os australianos pensam num processo
de aculturamento dos aborígenes que não parece viável. No documentário que
vimos, ficamos sabendo que as leis de apartheid africanas se basearam na política
que era praticada com os aborígenes. Na verdade, o número deles diminuiu
extremamente e era esperado que eles ‘sumissem do mapa’. Mas, hoje em dia, a situação
é outra. A população já está quase voltando aos níveis da época da ‘colonização australiana’ e o
problema só cresce. Bem diferente da NZ onde até o idioma maori é ensinado nas
escolas.
No mais a globalização
está presente nos jovens com calças ‘’caindo’’ e chinelos de dedos. Muitos
deles com a brasileiríssima Havaiana, que está à venda em várias cidades. Milhões
de nacionalidades diferentes se comunicando através do inglês e muita comida
dura de engolir. Muito vinho gostoso, paisagens lindas e alguns quilos a menos,
após tantas caminhadas.
Alguns hotéis que utilizamos: Glengarry Caravan Park em Port
Douglas (http://www.glengarrypark.com.au/; Stuart Caravan Park em, Alice
Springs(http://www.stuartcaravanpark.com.au/); Outback Pioneer Hotel em Ayers
Rock http://www.ayersrockresort.com.au/outback; Tropical Queens Comfort Inn, em Cairns;
Formula 1 Kings Cross, em Sidney(http://www.hotelformule1.com/).
Custo total estimado por dia: US$ 176,00 ou AU$ 221,00
Período da viagem: Maio 2007
Período da viagem: Maio 2007
Our arrival in Sidney was a bit different from the one in Auckland.
There were dogs smelling rucksacks, sensors, careful investigation into bags.
However, we just had to answer basic questions and did not need to show the
yellow fever certificate. But, as we had small rucksacks, a dog had to sniff
them. It is good to say that Brazilians need visa, and ours was perfectly ok.
An oriental guy beside us did not have the same luck, as 3 different officials
asked him for the yellow fever certificate.
Sidney is a big town, full of traffic jams, skyscrapers and pollution. On
the other hand, it has a beautiful botanical garden near the Opera House and
the bridge of Sidney Harbor. Many birds live there and make much noise. There
are also trees full of bats. At first, I thought they were fruit trees, and all
of a sudden, I saw the bats moving!
Near Sidney, there are great beaches that can be reachable by
catamarans. Shopping is very intense with many malls spread all over the town. There
are some options to avoid the traffic, such as the sky train and the tram. If
you buy a special bus ticket, you get free access to some touristic attractions.
We rented a car and headed to the Blue Mountains, around 150 km from
Sidney. Peaceful and lovely! Outstanding landscape, full of green pines and
sandstone mountains. Many trekkings were forbidden due to fires that occurred
in 2006. We did not want to risk being fined. The amount of birds in Australia
is amazing. Wherever we’ve been, we could hear them singing. I do not know if
this is due to the eucalyptus, which is native of this region. Parrots love
them.
Australia is a huge country. We gave up the train and prioritized some
parts to be visited by plane. We flew to Cairns, in the northeast, where the
Coral Reef is. It was great to get to a sunny and warm weather again, after 40
cold days. Luckily, the visibility was very good when we visited the Coral
barrier.
There were restrictions about bathing in the Australian beaches in the
month of May due to the presence of stingers. A sign explains what to do if one
of these creatures stings you and there is also a bottle of vinegar near it.
Another curiosity is that there are crocodiles on the beaches, and on those
ones it is forbidden to bathe.
In Cairns we rented another car, with Hertz, and went down the coast. We
visited Townsville, and Magnetic Island, which is very beautiful.
Went to Whitsundays and Airlie Beach, where we tasted the barramundi fish.
We can find many tropical fruits in the northeast of Australia. We have
seen plantations of sugar cane, coffee, tea, and banana. However, the price of the
fruits is very expensive on that region. The sugar cane was all marked with
signs of quarantine, and could not be consumed locally. There are train tracks
inside the plantations, probably for the flow off the product.
Drought is a chronic problem in Australia. There are many television
campaigns to make people conscious about saving water. On the other hand, there
is sudden flooding because on the highways we noted high flooding marks.
We also went to Port Douglas and Cape Tribulation. The mountain region
near these beaches is called Tablelands, and it is where the tropical forest
can be found. Rich fauna and flora and a
lot of tourism. Boat rides inside the forest, koalas and kangaroos in captivity,
and aborigines playing didgeridoos.
From the seashore, we flew to the northern territory, or Red Center. My
husband wanted to visit this area badly. Many people tried to persuade us not
to go there saying that there was not much to be seen, and that it would be
very expensive to get there, because we would have to go on a tour etc. We
decided to fly to Alice Springs and rent a car to drive to Ayers Rock. There is
only one resort there, with several types of hotels. We visited Uluru and Katajuta and it paid off. At the
end of the day, we even saved some money by going on our own.
We also went to Kings Canyon, around 300 km away from Ayers Rock. The
geology is quite interesting and it was a good experience. It is an extremely
dry region, cold and with a chilly wind. The amount of flies is unbelievable!
And the amount of shocks we get by touching the car is fantastic.
In Alice Springs we noted a lot of aborigines. They keep on walking from
one place to another. Some of them offered us some art craft. When we asked a
vendor on a shop about their situation, she told us that they have permission
to work but many do not have formal education, what makes their situation very
difficult. According to this lady, there are no governmental incentives for them
to enroll children in school. Their dwelling is subsidized by government, but
they do not seem to see many reasons to get integrated with the community.
Alcoholism is a huge problem with this segment as well.
Globalization shows its face on this side of the planet as well. Youngster
wearing falling down trousers and Havaianas flip flops can be seen in all
places. Thousands of visitors from all countries communicating through the
English language, food from everywhere, tasty wine, and remarkable landscapes.
In summary, I lost some weight after many trekking and had a wonderful time!
Hotels we stayed at: Glengarry Caravan Park in Port
Douglas (http://www.glengarrypark.com.au/); Stuart Caravan Park, (http://www.stuartcaravanpark.com.au/) in Alice
Springs; Outback Pioneer Hotel in Ayers
Rock http://www.ayersrockresort.com.au/outback/; Tropical Queens Comfort Inn, in Cairns;
Formula 1 Kings Cross, in Sidney (http://www.hotelformule1.com/)
Approximate total cost per day: US$ 176,00 or AU$ 221,00
Period of trip: May 2007
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