segunda-feira, 2 de abril de 2012

PORTUGAL

(Engish Version at bottom)

Coimbra e Parque Peneda Gerês

Centro Velocipédico de Sandalhos;  portagem; peúgas desportivas; sujidade; água não vigiada; travão; aguaceiros; não deite na sanita pensos higiênicos.
É, parece que não falamos a mesma língua!! Algumas palavras são parecidas, mas diríamos: Casa de Bicicletas Sandalho, pedágio, meias de esporte, sujeira, água não potável, freio de mão, temporal, não jogar absorventes no vaso sanitário.

Estar em Portugal é curioso em vários aspectos. Primeiro, que é dos poucos países onde, ao abrir a boca, já reconhecem de onde viemos. E muitos perguntam de qual parte do Brasil. (“a menina é de onde no Brasil?”). Até a maneira de indagar é engraçada, principalmente porque a menina já vai longe...  Os portugueses não são simpáticos, no geral, ou melhor, são meio durões, algo assim como rústicos. No comércio parecem não se importar em agradar. Não sorriem muito. No entanto, são honestos e não deixam de recomendar e dar dicas sobre produtos, comidas etc.

O céu em várias cidades ainda está repleto de guindastes. O dinheiro da União Européia parece que ainda não terminou de todo, e as construções continuam. No entanto, soubemos por um engenheiro, que existem 200.000 casas vazias. Vendeu-se o sonho da moradia, ou da segunda moradia, só que não houve procura… Na verdade, alugar guindastes deve ser um grande negócio. Qualquer casinha é feita com guindastes enormes. Nunca vi isto no Brasil!!  Depois do euro, tudo ficou mais caro, e trabalhar em profissões da área de humanas é quase impossivel, segundo relatos. Os jovens preferem sair de Portugal e procurar trabalho em outros paises europeus.  Entretanto, faltam engenheiros!!!

Laranjas parecem ser enfeites nas laranjeiras. Ninguém colhe. Comentei com o dono de um hotel onde ficamos, que tinha um belo pomar, e ele disse que não as colhia !! Sugeri fazer sucos, e ele disse que precisava comprar um espremedor !!

                                                                    Coimbra
Em Coimbra,terra de minha mãe, imaginei como teria sido aquilo nos anos 30. A Universidade tem uma bela biblioteca, cheia de ouro, que já sabemos de onde veio. A cidade é simpatica e tem um belo jardim ao correr do rio. A parte histórica está bem preservada. Come-se bem, principalmente se o negócio for bacalhau, frutos do mar e carnes em geral. Legumes e verduras passam um pouco ao largo. Não há muita criatividade nos acompanhamentos. Os doces são variadíssimos e há padarias/confeitarias por toda parte. E o incrível é que os doces de padaria são gostosos! O vinho está presente em todas as refeições. Nos restaurantes, as pessoas comem muito, as porções são generosas e sempre acompanhadas com vinho. Durante um almoço, em Coimbra, aconteceu um fato diferente. Eu estava almoçando sozinha. Pedi a meia porção de  um prato de pescada com batata e couve. Veio super bem servido e tive que deixar bastante. Quando o garçom viu aquilo, disse que eu havia comido muito pouco e que só pagasse metade. Ou seja, paguei metade da metade. Realmente foi surpreendente, além de econômico!!
Manteigas - Serra da Estrela

Alugamos um carro, com Hertz, e rumamos para a Serra da Estrela.
Peculiaridades portuguesas: Ao alugar o carro, no porta-luvas há um colete reluzente a ser vestido, para caso de troca de pneu. No caminho, passamos por várias cidadezinhas, inclusive por Torrozelo. Nesta aldeia, ou vila, nasceu meu bisavô e moraram minhas tias/tios e avó, quando pequenos. É incrível imaginar como deve ter sido aquilo em 1908, quando uma de minhas tias nasceu. A casa permanece lá. Grande, com um quintal cheio de oliveiras. O nome, no entanto, é outro, hoje em dia. Antes, se chamava Vila Helena (por causa de minha avó), e hoje chama-se Vila Fernanda, em homenagem a um parente do comprador. Visitei o mini-cemitério e vi que lá estão muitos parentes Mendes e Moreiras. Inclusive meu avô. Que idéia cruzar o oceano, deixando aquela vilinha, e ir para o Rio de Janeiro!! Eles faziam isto muitas vezes. Na Estrela, ficamos em Manteigas, e chegou a nevar um pouquinho ainda. A paisagem é linda, e nas minhas lições geológicas aprendi que ali há um vale em U, por onde houve no passado uma geleira.
Serra Da Estrela - Valem em U
                                                      
Continuamos para Viseu.Seguimos para Vila Real, onde aconteceu um fato que contado parece piada de português. Dormimos numa pousada  onde a chave tem que ficar do lado de fora da porta!!! Sim, isto mesmo. Para que os hóspedes noturnos possam entrar!! Inacreditável, mas ao invés de fazer uma cópia da chave da porta principal para juntar à chave dos quartos, eles preferem deixar a chave na porta, para o lado de fora!! Tudo bem, mas eu botei uma cadeira atrás da minha porta, pelo menos se alguém entrasse eu poderia ouvir !!
Viseu
No caminho para o norte passamos por muitos olivais e inúmeras plantações de uvas.Há estradões enormes (exigência da UE) e estradinhas pitorescas. Escolhemos as segundas, quase sempre. Chegamos até o Parque Peneda-Geres, que fica na divisa com a Espanha e era um dos objetivos principais de nossa visita. Uma região bem bonita, de natureza selvagem. O tempo foi camarada e felizmente não choveu, embora estivesse frio ainda.
Parque Peneda-Geres
                                                                
Viana do Castelo
 
Descemos pelo litoral e ficamos em Viana do Castelo, onde há uma idéia brilhante a ser copiada. Todo o centro da cidade é um imenso estacionamento subterrâneo. Mesmo os hotéis de beira-mar não possuem garagens. Há que se usar o estacionamento, que no período da noite é bem barato. A chuva voltou e nos acompanhou até o embarque para a Inglaterra. Passamos por Barcelos, do famoso galinho; por Castro Laboreiro (da raça dos cachorros de mesmo nome); Porca de Murça (de onde trouxemos um exemplar dos azeites virgens mais puros do mundo, apenas 0.2 de acidez); Póvoa de Varzim, onde experienciamos o congestionamento “a la portuguesa”, e  por infinitas cidadezinhas que nem vou mencionar. 
Barcelos

Lisboa está mais confusa e cheia de gente. Aliás, muita gente do leste europeu. Isto foi algo novo, tanto na Inglaterra e Irlanda quanto lá, passamos a ouvir linguas diferentes nas ruas. No centrão, os caras abrem a mão e oferecem drogas no meio da rua!! O rosto multi-nacional do  meu marido propicia estas coisas. De qualquer forma  parece piada para quem vem do Rio de Janeiro, onde isto nunca nos aconteceu !!

O aeroporto de Lisboa fez reformas desde 2001, mas não adiantou muito. Continua confuso, com poucas pessoas para atender na imigração e um free-shop no meio do caminho. Se a pessoa vacilar, e perder muito tempo fazendo compras, corre o risco de perder o avião, pois ainda há que se enfrentar fila para carimbo final antes do embarque. Mas, revisitar Portugal é sempre um prazer!!


Alguns hotéis que utilizamos: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.

Custo total aproximado por dia: EU$ 202,00.

Período da Viagem: Abril e Maio 2008 



If we try to translate certain expressions the Portuguese people use, it is as if we did not speak the same language. Being in Portugal is curious.It is one of the few countries where we open our mouth and our nationality is immediately discovered. The next question, is generally from which region in Brazil do you come from. The first impression of the people can be misleading as they tend not to smile and reply blantly to ordinary questions. However they are very honest and give many suggestions about what to buy, where to eat etc.

In may cities, the cranes still dominate the skies. It is as though money from the EU hasn´t finished yet. However, an engineer told us that there are more than 200.000 empty houses. The dream of a second home did not materialize. We were also told that many youngsters prefer to leave Portugal and try to find jobs somewhere else, therefore there is a lack of engineers in the country.

Orange trees filled with fruit. It seems it is not a habit to make orange juice. I tried to suggest it to the owner of a hotel we were staying at and he said he would have to buy a juicer!

Coimbra is the native town of my mother. The university has a lovely library covered in gold, that probably came from Brazil. The city is very nice and has a beautiful garden along the river. The ancient buildings are well kept.

Eating is a celebration and wine is part of all meals. Dried cod fish and seafood are very strong presences at the Portuguese table. Egg based sweets are traditional and there are coffee shops and bakerys all over the towns. Food comes in good portions and once having a lunch something different happened. I ordered half meal but as I did not manage to finish it, the waiter said I had to pay just ¼ of the price. It was amazing and economic!

We rented a car with Hertz and headed to Serra da Estrela. A peculiar trait of rented cars is a sparkling yellow vest that must be worn in case of changing tires. On our way to Estrela, we visited small villages and towns, including Torrozelo, where my great grandfather was born. My grandma and uncles also lived there in the beginning of the 1900’s. It must have been extraordinary to live in such a small place. The house was still there with a garden filled with olive trees. Today it is no longer called  “Vila Helena” (in honour to my grandma) and it is now “Vila Fernanda” who must be a relative of the owner. We visited the small cemetery and saw many Mendes and Moreira families, including the tombstone of my grandpa.

We were based in Manteigas and we saw a little bit of snow. The landscape is lovely and during my geology lessons I learnt that on the U valley of today, there was once a  glacier.

Our next stop would be Viseu. On our way, we stopped at Vila Real. At the hotel, something very funny happened. The main entrance holds a key to the outside. Instead of making a copy of the key to the hosts, they think it is easier to leave on the door, so that the night comers can get in… Coming from a big town, I thought it was really awkward and kept a chair behind my room door.
 
The north was our direction and we crossed many olive and grapes plantations. Big highways or tiny picturesque roads are the options. We chose the latter to get to Peneda-Geres Reserve Park. It is an enchating region, on the border os Spain and it has a pretty wild nature. We were very lucky it did not rain though it was still cold.

On the seashore we were down to Viana do Castelo, where a good idea caught our attention. There is a huge underground parking place all over the city center. Even the hotels offer places for the overnight on the same parking at a cheap price for the night.
Rain escorted us on our way back till our departure. We passed by Barcelos, of the famous small cock, as well as by Castro Laboreiro (there is lineage of dogs with this name) and in Porca de Murça we bought a very pure olive oil (less than 0.2 acidity).

Lisbon seemed more overcrowded. It is easy to hear languages of the Eastern Europe on the streets. A man offered drugs to my husband in the middle of the pavement of Commerce Square.

The airport has gone through refurbishment since 2001 when we were there but it did not flow very well. It is still strange and there is a free-shop zone in the middle of the way. If the tourist gets distracted by shopping, he runs the risk of missing the plane, because one should queue for another passport stamp past this shopping point.

Hotels we stayed at: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.

Approximate cost per day: EU$ 202,00.

Period of trip:  April and May 2008




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