Coimbra e Parque Peneda Gerês
Centro Velocipédico
de Sandalhos; portagem; peúgas
desportivas; sujidade; água não vigiada; travão; aguaceiros; não deite na
sanita pensos higiênicos.
É, parece que não
falamos a mesma língua!! Algumas palavras são parecidas, mas diríamos: Casa de Bicicletas
Sandalho, pedágio, meias de esporte, sujeira, água não potável, freio de mão,
temporal, não jogar absorventes no vaso sanitário.
Estar em Portugal é
curioso em vários aspectos. Primeiro, que é dos poucos países onde, ao abrir a
boca, já reconhecem de onde viemos. E muitos perguntam de qual parte do Brasil.
(“a menina é de onde no Brasil?”). Até
a maneira de indagar é engraçada, principalmente porque a menina já vai
longe... Os portugueses não são simpáticos,
no geral, ou melhor, são meio durões, algo assim como rústicos. No comércio
parecem não se importar em agradar. Não sorriem muito. No entanto, são honestos
e não deixam de recomendar e dar dicas sobre produtos, comidas etc.
O céu em várias
cidades ainda está repleto de guindastes. O dinheiro da União Européia parece
que ainda não terminou de todo, e as construções continuam. No entanto,
soubemos por um engenheiro, que existem 200.000 casas vazias. Vendeu-se o sonho
da moradia, ou da segunda moradia, só que não houve procura… Na verdade, alugar
guindastes deve ser um grande negócio. Qualquer casinha é feita com guindastes
enormes. Nunca vi isto no Brasil!!
Depois do euro, tudo ficou mais caro, e trabalhar em profissões da área
de humanas é quase impossivel, segundo relatos. Os jovens preferem sair de
Portugal e procurar trabalho em outros paises europeus. Entretanto, faltam engenheiros!!!
Laranjas parecem ser
enfeites nas laranjeiras. Ninguém colhe. Comentei com o dono de um hotel onde
ficamos, que tinha um belo pomar, e ele disse que não as colhia !! Sugeri fazer
sucos, e ele disse que precisava comprar um espremedor !!
Coimbra
Em Coimbra,terra de
minha mãe, imaginei como teria sido aquilo nos anos 30. A Universidade tem uma
bela biblioteca, cheia de ouro, que já sabemos de onde veio. A cidade é simpatica
e tem um belo jardim ao correr do rio. A parte histórica está bem preservada.
Come-se bem, principalmente se o negócio for bacalhau, frutos do mar e carnes em geral. Legumes e
verduras passam um pouco ao largo. Não há muita criatividade nos
acompanhamentos. Os doces são variadíssimos e há padarias/confeitarias por toda
parte. E o incrível é que os doces de padaria são gostosos! O vinho está
presente em todas as refeições. Nos restaurantes, as pessoas comem muito, as
porções são generosas e sempre acompanhadas com vinho. Durante um almoço, em
Coimbra, aconteceu um fato diferente. Eu estava almoçando sozinha. Pedi a meia
porção de um prato de pescada com batata
e couve. Veio super bem servido e tive que deixar bastante. Quando o garçom viu
aquilo, disse que eu havia comido muito pouco e que só pagasse metade. Ou seja,
paguei metade da metade. Realmente foi surpreendente, além de econômico!!
Alugamos um carro,
com Hertz, e rumamos para a Serra da Estrela.
Peculiaridades
portuguesas: Ao alugar o carro, no porta-luvas há um colete reluzente a ser
vestido, para caso de troca de pneu. No caminho, passamos por várias
cidadezinhas, inclusive por Torrozelo. Nesta aldeia, ou vila, nasceu meu bisavô
e moraram minhas tias/tios e avó, quando pequenos. É incrível imaginar como
deve ter sido aquilo em 1908, quando uma de minhas tias nasceu. A casa
permanece lá. Grande, com um quintal cheio de oliveiras. O nome, no entanto, é outro,
hoje em dia. Antes,
se chamava Vila Helena (por causa de minha avó), e hoje chama-se Vila Fernanda,
em homenagem a um parente do comprador. Visitei o mini-cemitério e vi que lá
estão muitos parentes Mendes e Moreiras. Inclusive meu avô. Que idéia cruzar o
oceano, deixando aquela vilinha, e ir para o Rio de Janeiro!! Eles faziam isto
muitas vezes. Na Estrela, ficamos em Manteigas, e chegou a nevar um pouquinho
ainda. A paisagem é linda, e nas minhas lições geológicas aprendi que ali há um
vale em U, por onde houve no passado uma geleira.
Serra Da Estrela - Valem em U |
Continuamos para
Viseu.Seguimos para Vila Real, onde aconteceu um fato que contado parece piada
de português. Dormimos numa pousada onde
a chave tem que ficar do lado de fora da porta!!! Sim, isto mesmo. Para que os
hóspedes noturnos possam entrar!! Inacreditável, mas ao invés de fazer uma cópia
da chave da porta principal para juntar à chave dos quartos, eles preferem
deixar a chave na porta, para o lado de fora!! Tudo bem, mas eu botei uma
cadeira atrás da minha porta, pelo menos se alguém entrasse eu poderia ouvir !!
Viseu |
No caminho para o
norte passamos por muitos olivais e inúmeras plantações de uvas.Há estradões
enormes (exigência da UE) e estradinhas pitorescas. Escolhemos as segundas,
quase sempre. Chegamos até o Parque Peneda-Geres, que fica na divisa com a
Espanha e era um dos objetivos principais de nossa visita. Uma região bem
bonita, de natureza selvagem. O tempo foi camarada e felizmente não choveu, embora
estivesse frio ainda.
Parque Peneda-Geres |
Descemos pelo litoral
e ficamos em Viana do Castelo, onde há uma idéia brilhante a ser copiada. Todo
o centro da cidade é um imenso estacionamento subterrâneo. Mesmo os hotéis de
beira-mar não possuem garagens. Há que se usar o estacionamento, que no período
da noite é bem barato. A chuva voltou e nos acompanhou até o embarque para a
Inglaterra. Passamos por Barcelos, do famoso galinho; por Castro Laboreiro (da
raça dos cachorros de mesmo nome); Porca de Murça (de onde trouxemos um
exemplar dos azeites virgens mais puros do mundo, apenas 0.2 de acidez); Póvoa
de Varzim, onde experienciamos o congestionamento “a la portuguesa”, e por infinitas cidadezinhas que nem vou
mencionar.
Barcelos |
Lisboa está mais
confusa e cheia de gente. Aliás, muita gente do leste europeu. Isto foi algo
novo, tanto na Inglaterra e Irlanda quanto lá, passamos a ouvir linguas
diferentes nas ruas. No centrão, os caras abrem a mão e oferecem drogas no meio
da rua!! O rosto multi-nacional do meu
marido propicia estas coisas. De qualquer forma
parece piada para quem vem do Rio de Janeiro, onde isto nunca nos
aconteceu !!
O aeroporto de Lisboa
fez reformas desde 2001, mas não adiantou muito. Continua confuso, com poucas
pessoas para atender na imigração e um free-shop no meio do caminho. Se a
pessoa vacilar, e perder muito tempo fazendo compras, corre o risco de perder o
avião, pois ainda há que se enfrentar fila para carimbo final antes do
embarque. Mas, revisitar Portugal é sempre um prazer!!
Alguns hotéis que utilizamos: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel
Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.
Custo total aproximado por dia: EU$ 202,00.
Período da Viagem: Abril e Maio 2008
Período da Viagem: Abril e Maio 2008
If
we try to translate certain expressions the Portuguese people use, it is as if we did
not speak the same language. Being in Portugal is curious.It is one of the few
countries where we open our mouth and our nationality is immediately
discovered. The next question, is generally from which region in Brazil do you
come from. The first impression of the people can be misleading as they tend
not to smile and reply blantly to ordinary questions. However they are very
honest and give many suggestions about what to buy, where to eat etc.
In
may cities, the cranes still dominate the skies. It is as though money from the
EU hasn´t finished yet. However, an engineer told us that there are more than
200.000 empty houses. The dream of a second home did not materialize. We were
also told that many youngsters prefer to leave Portugal and try to find jobs
somewhere else, therefore there is a lack of engineers in the country.
Orange
trees filled with fruit. It seems it is not a habit to make orange juice. I
tried to suggest it to the owner of a hotel we were staying at and he said he
would have to buy a juicer!
Coimbra
is the native town of my mother. The university has a lovely library covered in
gold, that probably came from Brazil. The city is very nice and has a beautiful
garden along the river. The ancient buildings are well kept.
Eating
is a celebration and wine is part of all meals. Dried cod fish and seafood are
very strong presences at the Portuguese table. Egg based sweets are traditional
and there are coffee shops and bakerys all over the towns. Food comes in good
portions and once having a lunch something different happened. I ordered half
meal but as I did not manage to finish it, the waiter said I had to pay just ¼
of the price. It was amazing and economic!
We
rented a car with Hertz and headed to Serra da Estrela. A peculiar trait of
rented cars is a sparkling yellow vest that must be worn in case of changing
tires. On our way to Estrela, we visited small villages and towns, including
Torrozelo, where my great grandfather was born. My grandma and uncles also
lived there in the beginning of the 1900’s. It must have been extraordinary to
live in such a small place. The house was still there with a garden filled with
olive trees. Today it is no longer called
“Vila Helena” (in honour to my grandma) and it is now “Vila Fernanda”
who must be a relative of the owner. We visited the small cemetery and saw many
Mendes and Moreira families, including the tombstone of my grandpa.
We
were based in Manteigas and we saw a little bit of snow. The landscape is
lovely and during my geology lessons I learnt that on the U valley of today,
there was once a glacier.
Our
next stop would be Viseu. On our way, we stopped at Vila Real. At the hotel,
something very funny happened. The main entrance holds a key to the outside.
Instead of making a copy of the key to the hosts, they think it is easier to
leave on the door, so that the night comers can get in… Coming from a big town,
I thought it was really awkward and kept a chair behind my room door.
The
north was our direction and we crossed many olive and grapes plantations. Big
highways or tiny picturesque roads are the options. We chose the latter to get
to Peneda-Geres Reserve Park. It is an enchating region, on the border os Spain
and it has a pretty wild nature. We were very lucky it did not rain though it
was still cold.
On
the seashore we were down to Viana do Castelo, where a good idea caught our
attention. There is a huge underground parking place all over the city center.
Even the hotels offer places for the overnight on the same parking at a cheap
price for the night.
Rain
escorted us on our way back till our departure. We passed by Barcelos, of the
famous small cock, as well as by Castro Laboreiro (there is lineage of dogs
with this name) and in Porca de Murça we bought a very pure olive oil (less
than 0.2 acidity).
Lisbon
seemed more overcrowded. It is easy to hear languages of the Eastern Europe on
the streets. A man offered drugs to my husband in the middle of the pavement of
Commerce Square.
The
airport has gone through refurbishment since 2001 when we were there but it did
not flow very well. It is still strange and there is a free-shop zone in the
middle of the way. If the tourist gets distracted by shopping, he runs the risk
of missing the plane, because one should queue for another passport stamp past
this shopping point.
Hotels we stayed at: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel
Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.
Approximate
cost per day: EU$ 202,00.
Period of trip: April and May 2008
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