sexta-feira, 27 de abril de 2012

TURQUIA - TURKEY

(English version at the bottom)

Chegamos à Turquia e fomos recebidos pelos lindos canteiros de tulipas. Ainda era Primavera, e o friozinho facilitava os passeios em Istambul. As mesquitas enchem os céus de minaretes e é inevitável ouvir o chamado para a reza, várias vezes por dia. Nos hospedamos perto do Parque Gulhane, e como os locais, usamos o bonde (ou tram) para nos locomover. O contraste entre o novo e o antigo, o muçulmano radical e o de estilo ocidentalizado, as comidas típicas e os restaurantes internacionais. Tudo é contrastante na Turquia, em geral. Há redes wi-fi em absolutamente todos os lugares: rodoviárias, bares, ferroviárias, aeroportos, ou num barzinho de fim de mundo numa prainha. Além disto, os celulares vão mostrando os bairros, e até as ruas por onde estamos passando, como num GPS.
Tulipas Parque Gulhane - Tulips Gulhane Park
Filas imensas nas portas das grandes atrações:  Aya Sofia, Mesquita Azul, Palácio Topkapi, Cisterna da Basílica. Nos museus tivemos mais sorte, um pouco menos cheios. Visitamos o Museu de Arte do Islam e o fantástico Museu dos Mosaicos. Muitas obras de arte,  e sentindo a grandiosidade delas percebemos que o povo turco tem muitos anos de uma história de conquistas.
Museu dos Mosaicos -´Mosaic Museum
                                                        
Istambul é uma cidade supercosmopolita. Há turistas por toda parte. Os carros passam em todas as direções, muitos ônibus, muita gente andando, diversas barcas cruzando o Bósforo e mil taxis-barcos para quem está apressado. Os turcos tem um estilo desordenado de locomoção. Nada que nós brasileiros não saibamos como é. Um passeio pelo Bósforo é atração fundamental para qualquer turista. Além disto, também usamos a barca comum que cruza para a estação ferroviária. No Grande Bazar a gente se sente transportada aos tempos antigos e vê a força que o comércio tem para esta civilização. A todo instante alguém começa uma conversa que necessariamente terminará numa tentativa de venda de algo.
Eminonu


Barcos no Bósforo - Boats on Bosphorus
                                
  

                                                              

Um mês e meio depois, quando retornamos à Turquia já era quase verão, e o calor estava se instalando. Voamos para Antalya, e nos hospedamos na parte antiga da cidade, chamada Kaleiçi.  Há muralhas por toda a volta e algumas ruínas também. É um clima completamente diferente dos arredores modernos, onde há o estilo meio caótico no trânsito, comércio etc. As praias são de azul intenso e nas enormes  montanas que circundam Antalya chega a nevar.                                         
                                                                 

                                                                                       
Antalya
          
                                                                                
                                                            
Alugamos um carro, com Hertz. Fizemos um seguro adicional que garantia comunicação por telefone com o escritório, pois se tivéssemos que explicar algo a um policial turco no meio do nada, certamente ficaríamos na mão... Seguimos em direção à Çirali, pela estrada litorânea. 
Estrada litorânea - Coastal road
  
A paisagem é linda, passamos ao lado das grandes montanhas, mencionadas acima. Em cada curva fechada um colorido diferente do mar, ou uma pequena prainha recôndita. A estrada que dá acesso à vila não é asfaltada. A areia é misturada com pedrinhas, mas o mar é belíssimo e a região é cercada de montanhas. Na terra dos contrastes, observamos mulheres  muçulmanas tomando banho completamente vestidas, juntamente com um grupo de barulhentas crianças alemães que estavam excursionando pelo país. Como dizem os cariocas, a praia iguala a todos.

Traje de banho/ bathing suit

No geral, as estradas no sul são ótimas e só algumas são pedagiadas. Já tinha lido bastante sobre a maneira de cobrar a taxa, mas mesmo assim ainda passamos sufoco. Ao entrar na estrada o carro passa na cancela, mas não sai cupom algum. A gente fica se perguntando como será registrada a entrada na estrada naquela altura. Quando vimos uns carros parados, paramos também e fomos perguntar. Nos informaram que haveria um edifício de uns 3 andares próximo de uma outra estação de pedágio e que ali deveríamos comprar o ticket, que começa em 20 liras turcas. Dele são subtraídos os valores de todas as passagens pelas estações. Voltamos para casa com 10 liras turcas de crédito!

Depois da estada em Çiralli, nosso passeio continuou pela mesma estrada, de Kemer até Fethiye. Os turcos deitam-se em sofás nas praias de Kemer e a cidade é cheia de russos. As vitrines das lojas exibem casacos de peles. Chocante para o verão, mas como o balenário é frequentado  por russos, faz sentido. Nesta parte da estrada, vimos onde são plantados todos os tomates que se come a todo instante em qualquer local do país. Na verdade, é tomate em todas as refeições! São imensas plantações, todas em estufas cobertas por tendas brancas. De longe, parecem imensos lençóis quarando na terra seca. Ao longo do caminho, também passamos por algumas ruínas.

Estufas de Tomate - Tomato Greenhouses
                                          
Sofás na praia - Kemer/ Beach couches - Kemer
                                    
Em Fethiye pode-se cruzar de catamaran para as ilhas gregas, mas não tínhamos tempo para isso e, após conhecermos a cidade, rumamos para Kusadasi, onde nos hospedamos como base para a visita as ruínas de Ephesus. O calor era sufocante, mas este patrimônio vale todo o esforço. A biblioteca superconservada, as ruínas do Templo de Artemis, a Casa da Virgem Maria e mais incontáveis destaques. Vale muito a visita!

Biblioteca Ephesus - Library Ephesus
Detalhe -Details
                                                      

Deixamos a costa, e fomos visitar Pamukkale.  Conhecido como Castelo de Algodão, é algo impressionante. Muito diferente de qualquer coisa que já tínhamos visto. No entanto, a atividade turística está destruindo os travertinos rapidamente. Poder caminhar sobre eles é incrível, mas deveria ser proibido, ou não sobrará muito para o futuro. As ruínas de Hierápolis ficam logo acima de Pamukkale, e também possui  partes bem preservadas.


Pamukkale
Hierapolis
                                                   

Side
Voltamos ao litoral, em Side, onde as ruínas foram cortadas por ruas que levam ao mar. Uma integração do antigo e do novo bem incomum.
 
Agora já sem carro, retornamos à Istambul de onde saímos no trem noturno para Ankara. Era a primeira experiência de meu marido num trem deste tipo, e esta foi a razão principal para escolhe-lo. Não foi lá estas coisas, mas deu para dormir. 

Goreme

Goreme


Da ferroviária seguimos de taxi para a rodoviária de Ankara, e de lá de ônibus direto para Nevsehir, terminando com o mini-ônibus para Goreme, na Capadócia. Tudo muito diferente, uma paisagem composta de construções trogloditas. Um museu a céu aberto. Caminhamos sozinhos pelos vales, descendo e subindo e apreciando a geologia do local. Às vezes cruzávamos com outro solitário de mapa na mão. O vento, a água e a erosão esculpiram uma paisagem fantástica. Dentro de muitas habitações existem registros de atividades monásticas nas pinturas e frescos. Muitos dos santos católicos tiveram a cara apagada intencionalmente, quando das invasões dos otomanos e do estabelecimento do Império Bizantino.

Pinturas de santos - Saints frescos
  

Voltamos de ônibus para Ancara, onde nos deliciamos com o Museu das Civilizações da Anatólia. Uma visita imperdível. O acervo tem peças de 8000 A.C. A capital da Turquia não tem muito mais para agradar o turista. Vindo de Goreme, uma visita à modernidade no bairro de Çankaya é um mergulho na atualidade novamente. Lá estão os restaurantes e shoppings mais famosos da cidade.
De Ancara nos dirigimos para Bolu, uma estação de esqui a meio caminho entre Ancara e Istambul. Como queríamos descansar, nos instalamos num hotel termal e fizemos um passeio até um lago artificial, no meio de um parque muito bonito. Era Domingo, e muitos turcos estavam fazendo pic-nic. A curiosidade é que nós éramos a atração do parque. Uns meninos chegaram a nos seguir para que jogássemos bola com eles, quando dissemos que éramos brasileiros. Percebemos que alguns turcos tinham alugado kombis para levar toda a parafernália até o parque. Isto porque além das churrasqueiras portáteis eles levam tapetes de mais de 3 metros, para se sentar. 
Golçuk - Bolu
                                                  

Durante toda a viagem que durou 4 semanas, apreciamos o tradicional pão turco, que vem inchado como um balão, e que ao ser cortado tem uma massa fininha e deliciosa.
Pão balão - Bread
                          
Nos cansamos de comer tomates, e em Goreme meu marido teve um problema de intoxicação com um frango estragado. No geral, a comida é gostosa e o serviço sempre atencioso. Em Eminonu, Istambul, o sanduíche de sardinha é uma febre. O povo turco adora conversar, é solícito, ajuda o turista mesmo que não saiba falar inglês. Toda vez que não conseguíamos nos comunicar entrávamos em algum bar, ou baklavaria (daqueles doces baklavas) e ligávamos o  netbook para facilitar a conversação, ou procurar informações.                                                     
                                                                                                          
Especiarias - Spices
O colorido das especiarias nos mercados é incrível e o café a moda turca não agradou. As bandeirinhas vermelhas com a lua e a estrela nos acompanharam por toda a viagem, assim como os belos dias de sol que fizeram deste passeio inesquecível.

Alguns hotéis utilizados: Dogan Hotel Antalya http://www.doganhotel.com/; Nerissa Hotel Çiralli http://www.hotelnerissa.com/; Arch Palace Hotel Goreme http://archpalace.com/en/index.html; Erboy Hotel Istambul http://www.erboyhotel.com/; Bolu Termal Otel http://www.bolutermalotel.com/; Hotel Asal Ankarahttp://www.asalhotel.com/.

Preço aproximado total por dia: Eu 110,00.

Período da viagem: Abril-Julho 2011 

 
When we got to Turkey, it was still Spring and the tulips were everywhere. The weather was a bit cold, what made our walks into Istanbul much easier. We were located near the Gulhane  Park and we used the tram to travel around the town. Turkey is a country full of contrasts and mixtures. There´s the western and the radical Muslim style of wearing, the minarets of the ancient mosques together with the high modern buildings, Wi-Fi  everywhere and elephant foot  bathrooms, to name a few.
Gulhane Park

Grand Bazaar
We did have to queue in front of all the touristic attractions: Aya Sofia, Blue Mosque, Great Cistern, and Topkapi Palace. However, on both the Islam Art Museum and the Mosaic Museum  we were luckier. In fact, Istanbul is a very cosmopolitan city. Cars and buses pass over it in all directions. Boats, taxi-boats, and the like cross the sea from dawn to dusk. A visit to the Great Bazaar makes one feel transported to ancient times and it is easy to realize the importance of trading for the Turkish people. Every moment a seller tries to initiate a chat with you, and of course at the end of it, there will be an   attempt to sell you anything.
Blue Mosque
Forty five days after we first landed in Istanbul, it was almost summer and the heat was escalating. We flew to Antalya and booked a hotel in Kaleici, the old town. It is nice and tranquil within its walls. There are some landmarks from the Selçuk and Otoman periods to be seen as Hadrian´s Gate, Clock Tower and others.
Antalya
Cirally
We booked a car with Hertz. Made an additional  insurance cover that would guarantee telephone calls to the office(in case we would need to explain something to a policeman in the middle of nowhere and couldn´t) as we obviously don´t speak Turkish. We headed to Cirally through the coastal road. The landscape is extremely beautiful, filled with immense mountains and turquoise sea. From time to time, there was a tiny sandy beach. The road to Cirally has no tarmac and the beach is made of a mixture of sand and pebbles. The sea is great, and the mountains complete the scenery. We observed some Muslim women bathing completely dressed up, some of them even wearing veils. On the other hand, there was a group of very loud German children on a holiday camp tour. Both were having a lot of fun. As we say over here, in Rio de Janeiro, the beach makes everybody alike. 

The Southern roads are very good in general. Despite the fact that I have read a lot about tolls, we had a difficult situation. We entered a road, passed through a toll bar, but the machine did not issue any ticket. When we saw other cars parking, we stopped and asked what we should have done. The Turkish guy was nice and explained that we had done nothing wrong. He clarified that near other toll station there would be a building where we could buy the ticket. No matter where you start your journey, from time to time there are these buildings where you buy a 20 Turkish Liras card and the amounts are debited from this card. 
Coastal Road
From Kemer we went to Fethiye. Along the road we could see where  the tomatoes which are very present in almost all Turkish meals come from. Miles and miles of plantations.  From the distance the greenhouses look like white sheets under  the sun. In Fethiye it is possible to cross to the Greek islands, but we didn´t.  Our direction was Kusadasi, where we stayed in order to visit Ephesus. It was scorching hot, but worth the effort. The ruins of Artemis, the House of the Virgin Mary, the library and much more. Lovely!

 

Ephesus




We left the coast and departed to Pamukkale, the cotton castle. Amazing! However the touristic activity is quickly damaging the travertines. The ruins of Hierapolis are also worth seeing. We met the seashore again in Side, where the ruins have been cut by streets heading to the sea. An interesting combination.
We dropped off the car in Istanbul and got the night train to Ankara. From there to the bus station to Nevsehir-Goreme. All very different. Strange rock cones, cave churches, open air museum – the wind, water and erosion turned this place into a very unique landscape. We climbed the valleys up and down. Sometimes would meet another lonely couple or person carrying a map and enjoying the scenery. 

Pamukkale
There are many frescos from monastic activities. Many catholic saints had their face intentionally rubbed during the ottoman invasion and the settling of the Byzantine Empire.
We took a bus to Ankara where we had a wonderful time at the Museum of Anatolian Civilization. It is said to be one of the best in Turkey. Some pieces date back to 8000 BC. We also enjoyed the modern restaurants at Çankaya district.
Golcuk Lake - Bolu
From Ankara we left for Bolu, a city famous for skiing, forests, hot springs and lakes. On a Sunday  morning we decided to go to Golcuk artificial lake. It is situated in a National Park and it was packed with families doing picnic. It was easy to notice that some families hired a van to carry all the stuff up to the park. Barbecue sets, cutlery, and what amazed us most: huge 3 metres carpets where they would be seated during the whole day.
In all 4 weeks in Turkey, we were delighted by the different types of Turkish bread. Got tired of eating tomatoes and my  husband had a food poisoning in Goreme after eating chicken. Food is tasteful, in general, and service is good. In Eminonu, Istambul, the sardine sandies are famous. The Turkish people love chatting and are helpful with tourists. The color of the spices in the markets is incredible. We did not like the Turkish style coffee. The crescent moon and star red flag accompanied us throughout the country, as well as the sunshine days, which made this trip unforgettable.

Period of trip: April to July 2011 
Some hotels we stayed at: Dogan Hotel Antalya http://www.doganhotel.com/; Nerissa Hotel Çiralli http://www.hotelnerissa.com/; Arch Palace Hotel Goreme http://archpalace.com/en/index.html; Erboy Hotel Istambul http://www.erboyhotel.com/; Bolu Termal Otel http://www.bolutermalotel.com/; Hotel Asal Ankarahttp://www.asalhotel.com/.
Approximate total cost per day: Eu 110,00
 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

AUSTRÁLIA - AUSTRALIA

 (English version at bottom)

A chegada ao aeroporto de Sidney foi bem menos tranquila que a da Nova Zelândia, de onde viemos. Foram muitos policiais com cachorros cheirando bagagens e milhões de sensores, revistas detalhadas etc. Note-se que brasileiros precisam de visto e certificado de vacina de febre amarela. No entanto, não tivemos que mostrar a vacina e só respondemos a algumas perguntas básicas. A um oriental que estava próximo, três pessoas diferentes pediram o tal certificado. Mas, como além de nossas pequenas malas, tínhamos uma mochila nas costas, o cachorro precisou farejá-las.
Darling Harbour - Sidney

Sydney é uma cidade grande, poluída, com congestionamentos e arranha-céus gigantescos. Este clima é quebrado pelo lindo jardim botânico situado bem no centro e pertinho do Ópera House, e da ponte de Sidney Harbour. O jardim botânico é moradia de muitas aves e as cacatuas fazem um barulho tremendo.Existem muitos morcegos por lá também, parecem até frutas pendendo das árvores.

Existem praias bonitas nos arredores de Sydney, facilmente alcançadas pelos catamarans que trafegam a todo instante. Chama à atenção a quantidade de comércio na cidade. São milhões de shoppings pequenos, médios, grandes, e muito comércio de rua. Também é interessante o sistema de transporte, bem diversificado. O trânsito é meio congestionado, mas há opção de trem, tram (bonde) e monotrilho. Além disto, alguns passes de ônibus, ou de outro transporte coletivo, são conjugados com entradas para parques ou atrações turísticas.
Blue Mountains (Montanhas Azuis) - Three Sisters (Pico 3 irmãs)

Cansados da confusão de cidade grande, alugamos um carro e fomos para as Blue Mountains, região a cerca de 150 km de Sydney. Muito tranquilo e bonito. Infelizmente, muitas das caminhadas estavam proibidas devido a incêndios que ocorreram em 2006. A vegetação estava se regenerando e havia multa severa, caso alguém tentasse caminhar naqueles locais. Chamou minha atenção a quantidade de pássaros na Austrália. Praticamente em todos os lugares ouve-se o cantar deles. Não sei se é devido aos eucaliptos. Na verdade, o eucalipto é originário da Austrália. E, assim como os pássaros, eles estão presentes em todas as regiões, nos mais variados tipos e tamanhos. Pude perceber que periquitos de várias espécies adoram eucaliptos.

As distâncias na Austrália são enormes. Pensávamos em viajar de trem, mas no final de contas o passe não valeria tanto a pena. Desta forma priorizamos algumas regiões e fizemos o esquema avião/carro. Nem mesmo o ônibus valia muito, devido ao tempo que se perde para tarifas não tão compensadoras.
Voamos para Cairns no nordeste, onde está a Barreira de Corais. Um de nossos objetivos era fazer o mergulho para conhecer. Foi ótimo chegar ao calor novamente apos mais de 40 dias de frio, calefação, meias etc. A barreira de corais é muito bonita. Fomos conhecê-la na parte mais externa. É de um colorido bem variado e os peixes são de vários tipos e cores. Demos sorte, pois a visibilidade estava boa no dia da visita.
Ilha Magnética - Magnetic Island

A maioria das praias na Austrália, no mês de maio, ainda estava com restrições ao banho devido aos ‘stingers’ que são criaturas marinhas que picam terrivelmente. Em toda praia ha cordões de isolamento e só é permitido o banho numa pequena parte da praia. Junto aos quadros de aviso, há um vidro de vinagre, que deve ser passado caso haja picada do bicho. Outra coisa curiosa é que há crocodilos em algumas praias. Nestas o banho de mar é proibido. Eu nunca tinha ouvido falar de crocodilo de água salgada, mas existe! 
Em Cairns, alugamos outro carro, com Hertz (curiosidade sobre carros a luz de ré em carros pequenos só acende de um lado), e fomos descendo a costa. Visitamos Townsville, Magnetic Island, que é muito linda. Fomos até Whitsundays e à famosa praia de Airlie Beach, que é meio como Búzios. O peixe típico desta região é a barramundi, que é bem saboroso e de carne branca.

O nordeste da Austrália é cheio de frutas, que são anunciadas como tropicais. Dentro do próprio país há uma propaganda imensa para os produtos tropicais.  Passamos por muitas plantações de cana-de-açúcar, café, chá, banana. No entanto, os preços são caríssimos. Os produtos são locais e, às vezes, foi mais barato comprá-los no deserto! Encontramos barganhas nas barraquinhas de estradas. A cana-de-açúcar estava toda marcada com avisos de quarentena. Não consumi-la no local. Não vimos nenhuma queimada e percebemos que a cana é toda retirada diretamente para trens que passam dentro das produções.Não se pode carregar frutas do sudeste para o nordeste do país para evitar contaminação por pragas.

O problema da falta de água na Austrália é crônico. Há muitas campanhas conscientizando o público pela televisão. Ao mesmo tempo, acho que sofrem de inundações repentinas, pois nas estradas há sempre uma régua linimétrica para indicação da situação. É interessante, pois já que não se pode remediar pelo menos se avisa até onde a água pode subir.

Ainda na região das praias, conhecemos Port Douglas e fomos até Cape Tribulation. Esta região lembra Ubatuba, em SP. Praias associadas a montanhas cobertas de vegetação. A região de montanhas é chamada de Tablelands e é onde está a floresta tropical. Fauna e flora ricas e muita exploração turística. Licor de banana, passeio de barco pela floresta, coalas e cangurus em cativeiro, além de aborígenes tocando ‘didgeridoos’, que são instrumentos de sopro feitos em longos talhos de eucalipto. Em Port Douglas estava acontecendo um carnaval. Vimos a festa e, ao voltar para o hotel, fomos parados para teste de bafômetro na estrada. Sem problemas, claro.
Por do sol em Ayers Rock (Uluru) - Sun set Ayers Rock (Uluru)

Do litoral voamos para o território setentrional (northern territory), ou simplesmente Red Center. Meu marido fazia questão absoluta de conhecer a região. Muitos australianos diziam que não havia muito que fazer por lá, e também fomos avisados de que seria tudo muito caro. Foi-nos sugerido, várias vezes, pegar uma excursão para esta região desértica. No entanto, pagamos para ver e fomos independentemente. Valeu a pena, pois no final economizamos muito mais do que o preço das excursões, e ainda conhecemos tudo no nosso ritmo. Voamos para Alice Springs e de lá alugamos um carro para ir até Ayers Rock. Só há um resort em Ayers Rock, com vários tipos de hotéis. Escolhemos o mais em conta e fomos  conhecer Uluru e Katajuta. O primeiro é um monólito famoso por mudar de cor durante o amanhecer e escurecer. Um dos programas principais é ficar observando-o nestes períodos. Katajuta (nome original), ou Olgas, ou simplesmente muitas cabeças, é um complexo de várias rochas juntas que se destacam na paisagem horizontal e seca do deserto. Foram muitas caminhadas em paisagens bem diferentes.

Também fomos aos Kings Canion que fica a  +/- 300 km de Ayers Rock. Devido à região ser extremamente seca, faz bastante frio e o vento é gelado. O sol é quentíssimo, mesmo no outono, quase inverno. A quantidade de moscas é indizível. E a quantidade de choques que a gente toma, principalmente encostando-se ao carro também é fantástica. A geologia do local é muito interessante e valeu conhecer.

Em Alice Springs, em especial, pudemos notar o problema dos aborígenes australianos. Eles parecem que estão num mundo à parte. Ficam zanzando de um lado para o outro. Não sei se pretendem pedir esmolas ou o que. Alguns ainda nos abordaram para que comprássemos artesanato. Foi o único local onde me senti um pouco alerta quando andava pelas ruas. A gente fica apreensiva e curiosa para entender a situação. Tínhamos visto um documentário na televisão que dava conta da evolução da situação deles. Parece algo delicado. Resolvemos perguntar a uma vendedora numa loja para sentir a opinião das pessoas. Perguntamos se era permitido a eles trabalhar. Sim, é permitido, mas eles quase não trabalham, pois não tem educação formal. Segundo esta senhora, não há incentivo do governo para que as pessoas coloquem os filhos na escola. Não possuem hábitos de higiene e não veem razão para integração. O governo subsidia com moradia etc, e é por isto que as pessoas gostariam que eles trabalhassem, para baixar a carga de impostos. Somente na década de 50 foi dado direito de voto aos aborígenes e também foi permitido vender bebida alcoólica para eles. O problema de alcoolismo é grande entre este segmento. Alguns aborígenes se destacam no artesanato e pintura e seus quadros estão ficando famosos. Mas são minorias. A grande questão parece ser que os australianos pensam num processo de aculturamento dos aborígenes que não parece viável. No documentário que vimos, ficamos sabendo que as leis de apartheid africanas se basearam na política que era praticada com os aborígenes. Na verdade, o número deles diminuiu extremamente e era esperado que eles ‘sumissem do mapa’. Mas, hoje em dia, a situação é outra. A população já está quase voltando aos níveis  da época da ‘colonização australiana’ e o problema só cresce. Bem diferente da NZ onde até o idioma maori é ensinado nas escolas.

No mais a globalização está presente nos jovens com calças ‘’caindo’’ e chinelos de dedos. Muitos deles com a brasileiríssima Havaiana, que está à venda em várias cidades. Milhões de nacionalidades diferentes se comunicando através do inglês e muita comida dura de engolir. Muito vinho gostoso, paisagens lindas e alguns quilos a menos, após tantas caminhadas.

Alguns hotéis que utilizamos: Glengarry Caravan Park em Port Douglas (http://www.glengarrypark.com.au/; Stuart Caravan Park em, Alice Springs(http://www.stuartcaravanpark.com.au/); Outback Pioneer Hotel em Ayers Rock http://www.ayersrockresort.com.au/outback; Tropical Queens Comfort Inn, em Cairns; Formula 1 Kings Cross, em Sidney(http://www.hotelformule1.com/).

Custo total estimado por dia: US$ 176,00 ou AU$ 221,00

Período da viagem: Maio 2007 


Our arrival in Sidney was a bit different from the one in Auckland. There were dogs smelling rucksacks, sensors, careful investigation into bags. However, we just had to answer basic questions and did not need to show the yellow fever certificate. But, as we had small rucksacks, a dog had to sniff them. It is good to say that Brazilians need visa, and ours was perfectly ok. An oriental guy beside us did not have the same luck, as 3 different officials asked him for the yellow fever certificate.

Sidney is a big town, full of traffic jams, skyscrapers and pollution. On the other hand, it has a beautiful botanical garden near the Opera House and the bridge of Sidney Harbor. Many birds live there and make much noise. There are also trees full of bats. At first, I thought they were fruit trees, and all of a sudden, I saw the bats moving!

Near Sidney, there are great beaches that can be reachable by catamarans. Shopping is very intense with many malls spread all over the town. There are some options to avoid the traffic, such as the sky train and the tram. If you buy a special bus ticket, you get free access to some touristic attractions.

We rented a car and headed to the Blue Mountains, around 150 km from Sidney. Peaceful and lovely! Outstanding landscape, full of green pines and sandstone mountains. Many trekkings were forbidden due to fires that occurred in 2006. We did not want to risk being fined. The amount of birds in Australia is amazing. Wherever we’ve been, we could hear them singing. I do not know if this is due to the eucalyptus, which is native of this region. Parrots love them.

Australia is a huge country. We gave up the train and prioritized some parts to be visited by plane. We flew to Cairns, in the northeast, where the Coral Reef is. It was great to get to a sunny and warm weather again, after 40 cold days. Luckily, the visibility was very good when we visited the Coral barrier.

There were restrictions about bathing in the Australian beaches in the month of May due to the presence of stingers. A sign explains what to do if one of these creatures stings you and there is also a bottle of vinegar near it. Another curiosity is that there are crocodiles on the beaches, and on those ones it is forbidden to bathe.

In Cairns we rented another car, with Hertz, and went down the coast. We visited Townsville, and Magnetic Island, which is very beautiful. Went to Whitsundays and Airlie Beach, where we tasted the barramundi fish.
Kata Juta

We can find many tropical fruits in the northeast of Australia. We have seen plantations of sugar cane, coffee, tea, and banana. However, the price of the fruits is very expensive on that region. The sugar cane was all marked with signs of quarantine, and could not be consumed locally. There are train tracks inside the plantations, probably for the flow off the product.

Drought is a chronic problem in Australia. There are many television campaigns to make people conscious about saving water. On the other hand, there is sudden flooding because on the highways we noted high flooding marks.

We also went to Port Douglas and Cape Tribulation. The mountain region near these beaches is called Tablelands, and it is where the tropical forest can be found.  Rich fauna and flora and a lot of tourism. Boat rides inside the forest, koalas and kangaroos in captivity, and aborigines playing didgeridoos.


From the seashore, we flew to the northern territory, or Red Center. My husband wanted to visit this area badly. Many people tried to persuade us not to go there saying that there was not much to be seen, and that it would be very expensive to get there, because we would have to go on a tour etc. We decided to fly to Alice Springs and rent a car to drive to Ayers Rock. There is only one resort there, with several types of hotels. We visited  Uluru and Katajuta and it paid off. At the end of the day, we even saved some money by going on our own.

We also went to Kings Canyon, around 300 km away from Ayers Rock. The geology is quite interesting and it was a good experience. It is an extremely dry region, cold and with a chilly wind. The amount of flies is unbelievable! And the amount of shocks we get by touching the car is fantastic.

In Alice Springs we noted a lot of aborigines. They keep on walking from one place to another. Some of them offered us some art craft. When we asked a vendor on a shop about their situation, she told us that they have permission to work but many do not have formal education, what makes their situation very difficult. According to this lady, there are no governmental incentives for them to enroll children in school. Their dwelling is subsidized by government, but they do not seem to see many reasons to get integrated with the community. Alcoholism is a huge problem with this segment as well.

Globalization shows its face on this side of the planet as well. Youngster wearing falling down trousers and Havaianas flip flops can be seen in all places. Thousands of visitors from all countries communicating through the English language, food from everywhere, tasty wine, and remarkable landscapes. In summary, I lost some weight after many trekking and had a wonderful time!

Hotels we stayed at: Glengarry Caravan Park in Port Douglas (http://www.glengarrypark.com.au/); Stuart Caravan Park, (http://www.stuartcaravanpark.com.au/) in Alice Springs; Outback Pioneer Hotel in Ayers Rock http://www.ayersrockresort.com.au/outback/; Tropical Queens Comfort Inn, in Cairns; Formula 1 Kings Cross, in Sidney (http://www.hotelformule1.com/)

Approximate total cost per day: US$ 176,00 or AU$ 221,00

Period of trip: May 2007


segunda-feira, 2 de abril de 2012

CHAPADA DIAMANTINA (BA)

(English version at bottom)

Voamos para Salvador e de lá alugamos um carro para ir à Chapada Diamantina. Vale a pena conhecer. Estivemos por lá em 2006, e em 2010. É uma região de natureza lindíssima, com lugares onde ainda dá para sentir tranquilidade e curtir o visual. Como viajamos fora de temporada, estava tudo vazio e sem filas. Segundo soubemos em época de férias escolares fica tudo muito cheio, por exemplo, a entrada para as grutas, passa a ser feita de 10 em 10 pessoas. Pai Inácio, Salão de Areias Coloridas, Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Buracão, Gruta Lagoa Azul, foram alguns pontos visitados.
Chapada Diamantina - relevo - Diamantina tableland (relief)

Cachoeira do Buracão - Big Hole Waterfall
 
Ficamos na cidade de Lençóis que é histórica e ponto de partida para muitos passeios à grutas, cachoeiras e trilhas. Tem alguma opção de hotéis e restaurantes também. Depois nos hospedamos na cidade de Mucugê, que é bem menor e também histórica. 


No caminho estivemos em Igatu que é uma “cidade ruína” do tempo do garimpo na região. Muito interessante pela localização no alto da montanha com um visual       super aberto, onde a vista se perde no infinito.
Igatu
 Em Mucugê visitamos o único cemitério bizantino do Brasil e também o “Projeto Sempre Viva”, que se refere a uma espécie de flor daquela região, que estava em extinção, e através do projeto está sendo preservada. Vimos buquês de mais de 50 anos. Ela realmente é sempre-viva! 
Cemitério Bizantino - Bizantine Cemetery














Mergulho - gruta da pratinha - Diving in Silver Cave lake
Mergulhamos numa gruta de água cristalina (Gruta da Pratinha) e fizemos algumas caminhadas até cachoeiras bonitas, mas que em 2006 estavam com pouca vazão de água. Já quando retornamos, em 2010, estavam lindas! A curiosidade desta região é que fica a mais de 1000 metros de altitude, portanto faz frio à noite e muito calor durante o dia. Além de ter serras lindas de se admirar.

Gruta da Pratinha - Silver Cave

Alguns hotéis que utilizamos: Pousada Monte Azul (http://www.pousadamonteazul.com.br) , Pousada Vila Serrano ( http://www.vilaserrano.com.br/home/).

Preço total estimado por dia: R$ 220,00.

Período da viagem: Abril 2006 e  Outubro 2010


We flew to Salvador and rented a car to go to Diamantina tableland. We had been there before in 2006 and 2010. The region is beautiful and the visit is filled with splendid views. In low season, it is easier to admire nature without having to queue for the main attractions. In high season, the number of people admitted to the caves is limited to 10 at a time. Some of the main touristic sites we visited were: Father Inacio mountain (Pai Inacio), Coloured Sand Room (Salão de Areias Coloridas), Smoke Waterfall (Cachoeira da Fumaça), Blue Lagoon Cave (Gruta Lagoa Azul).

Pousada Monte Azul - Mucugê - Blue Moutain Guesthouse

Our hotel was situated in the city of Lençois. It is a historic town with good option of guesthouses, hotels and restaurants. It is also the starting point to many of the touristic sites. For the rest of the visit, we chose to stay at Mucugê, which is a smaller town with colonial architecture. On our way, we made a stop at Igatu, which is an old mining city that was raised in cliffs. Many of the houses were built into the rocks. It is all very interesting, but the roads are narrow and steep.

In Mucugê we also visited the only Bizantine Cemetery in Brazil and popped in the Sempre Viva Project park. The main goal of the project is to preserve and make the reproduction the  Sempre Viva flower which was almost brought  to extinction due to exportation. In the small museum, there are bouquets of Sempre Viva flower which date 50 years ago and still look impeccable.

Morro do Pai Inácio - Father Inacio Mountain


We dived in a crystal-clear lake at Silver Cave (Gruta da Pratinha). The waterfalls of Piabinha and Tiburtino are worth a visit too. Some of the falls were almost dry in 2006, but in 2010 we were lucky to see them in high flow. The region is over 1000 meters high therefore it is hot during the day but cool at night. The mountain ranges views add up to the wonderful landscape.
Buracão - Big Hole Waterfall
Serrano com Lençóis ao fundo - Serrano and Lençois at the back



Some hotels we stayed at: Pousada Monte Azul (http://www.pousadamonteazul.com.br) , Pousada Vila Serrano ( http://www.vilaserrano.com.br/home/).

Estimated total cost per day: R$ 220,00.

Period of visit: April 2006 and October 2010.