segunda-feira, 2 de abril de 2012

CHAPADA DIAMANTINA (BA)

(English version at bottom)

Voamos para Salvador e de lá alugamos um carro para ir à Chapada Diamantina. Vale a pena conhecer. Estivemos por lá em 2006, e em 2010. É uma região de natureza lindíssima, com lugares onde ainda dá para sentir tranquilidade e curtir o visual. Como viajamos fora de temporada, estava tudo vazio e sem filas. Segundo soubemos em época de férias escolares fica tudo muito cheio, por exemplo, a entrada para as grutas, passa a ser feita de 10 em 10 pessoas. Pai Inácio, Salão de Areias Coloridas, Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Buracão, Gruta Lagoa Azul, foram alguns pontos visitados.
Chapada Diamantina - relevo - Diamantina tableland (relief)

Cachoeira do Buracão - Big Hole Waterfall
 
Ficamos na cidade de Lençóis que é histórica e ponto de partida para muitos passeios à grutas, cachoeiras e trilhas. Tem alguma opção de hotéis e restaurantes também. Depois nos hospedamos na cidade de Mucugê, que é bem menor e também histórica. 


No caminho estivemos em Igatu que é uma “cidade ruína” do tempo do garimpo na região. Muito interessante pela localização no alto da montanha com um visual       super aberto, onde a vista se perde no infinito.
Igatu
 Em Mucugê visitamos o único cemitério bizantino do Brasil e também o “Projeto Sempre Viva”, que se refere a uma espécie de flor daquela região, que estava em extinção, e através do projeto está sendo preservada. Vimos buquês de mais de 50 anos. Ela realmente é sempre-viva! 
Cemitério Bizantino - Bizantine Cemetery














Mergulho - gruta da pratinha - Diving in Silver Cave lake
Mergulhamos numa gruta de água cristalina (Gruta da Pratinha) e fizemos algumas caminhadas até cachoeiras bonitas, mas que em 2006 estavam com pouca vazão de água. Já quando retornamos, em 2010, estavam lindas! A curiosidade desta região é que fica a mais de 1000 metros de altitude, portanto faz frio à noite e muito calor durante o dia. Além de ter serras lindas de se admirar.

Gruta da Pratinha - Silver Cave

Alguns hotéis que utilizamos: Pousada Monte Azul (http://www.pousadamonteazul.com.br) , Pousada Vila Serrano ( http://www.vilaserrano.com.br/home/).

Preço total estimado por dia: R$ 220,00.

Período da viagem: Abril 2006 e  Outubro 2010


We flew to Salvador and rented a car to go to Diamantina tableland. We had been there before in 2006 and 2010. The region is beautiful and the visit is filled with splendid views. In low season, it is easier to admire nature without having to queue for the main attractions. In high season, the number of people admitted to the caves is limited to 10 at a time. Some of the main touristic sites we visited were: Father Inacio mountain (Pai Inacio), Coloured Sand Room (Salão de Areias Coloridas), Smoke Waterfall (Cachoeira da Fumaça), Blue Lagoon Cave (Gruta Lagoa Azul).

Pousada Monte Azul - Mucugê - Blue Moutain Guesthouse

Our hotel was situated in the city of Lençois. It is a historic town with good option of guesthouses, hotels and restaurants. It is also the starting point to many of the touristic sites. For the rest of the visit, we chose to stay at Mucugê, which is a smaller town with colonial architecture. On our way, we made a stop at Igatu, which is an old mining city that was raised in cliffs. Many of the houses were built into the rocks. It is all very interesting, but the roads are narrow and steep.

In Mucugê we also visited the only Bizantine Cemetery in Brazil and popped in the Sempre Viva Project park. The main goal of the project is to preserve and make the reproduction the  Sempre Viva flower which was almost brought  to extinction due to exportation. In the small museum, there are bouquets of Sempre Viva flower which date 50 years ago and still look impeccable.

Morro do Pai Inácio - Father Inacio Mountain


We dived in a crystal-clear lake at Silver Cave (Gruta da Pratinha). The waterfalls of Piabinha and Tiburtino are worth a visit too. Some of the falls were almost dry in 2006, but in 2010 we were lucky to see them in high flow. The region is over 1000 meters high therefore it is hot during the day but cool at night. The mountain ranges views add up to the wonderful landscape.
Buracão - Big Hole Waterfall
Serrano com Lençóis ao fundo - Serrano and Lençois at the back



Some hotels we stayed at: Pousada Monte Azul (http://www.pousadamonteazul.com.br) , Pousada Vila Serrano ( http://www.vilaserrano.com.br/home/).

Estimated total cost per day: R$ 220,00.

Period of visit: April 2006 and October 2010.
                                                           



                                                     

                                                             

PORTUGAL

(Engish Version at bottom)

Coimbra e Parque Peneda Gerês

Centro Velocipédico de Sandalhos;  portagem; peúgas desportivas; sujidade; água não vigiada; travão; aguaceiros; não deite na sanita pensos higiênicos.
É, parece que não falamos a mesma língua!! Algumas palavras são parecidas, mas diríamos: Casa de Bicicletas Sandalho, pedágio, meias de esporte, sujeira, água não potável, freio de mão, temporal, não jogar absorventes no vaso sanitário.

Estar em Portugal é curioso em vários aspectos. Primeiro, que é dos poucos países onde, ao abrir a boca, já reconhecem de onde viemos. E muitos perguntam de qual parte do Brasil. (“a menina é de onde no Brasil?”). Até a maneira de indagar é engraçada, principalmente porque a menina já vai longe...  Os portugueses não são simpáticos, no geral, ou melhor, são meio durões, algo assim como rústicos. No comércio parecem não se importar em agradar. Não sorriem muito. No entanto, são honestos e não deixam de recomendar e dar dicas sobre produtos, comidas etc.

O céu em várias cidades ainda está repleto de guindastes. O dinheiro da União Européia parece que ainda não terminou de todo, e as construções continuam. No entanto, soubemos por um engenheiro, que existem 200.000 casas vazias. Vendeu-se o sonho da moradia, ou da segunda moradia, só que não houve procura… Na verdade, alugar guindastes deve ser um grande negócio. Qualquer casinha é feita com guindastes enormes. Nunca vi isto no Brasil!!  Depois do euro, tudo ficou mais caro, e trabalhar em profissões da área de humanas é quase impossivel, segundo relatos. Os jovens preferem sair de Portugal e procurar trabalho em outros paises europeus.  Entretanto, faltam engenheiros!!!

Laranjas parecem ser enfeites nas laranjeiras. Ninguém colhe. Comentei com o dono de um hotel onde ficamos, que tinha um belo pomar, e ele disse que não as colhia !! Sugeri fazer sucos, e ele disse que precisava comprar um espremedor !!

                                                                    Coimbra
Em Coimbra,terra de minha mãe, imaginei como teria sido aquilo nos anos 30. A Universidade tem uma bela biblioteca, cheia de ouro, que já sabemos de onde veio. A cidade é simpatica e tem um belo jardim ao correr do rio. A parte histórica está bem preservada. Come-se bem, principalmente se o negócio for bacalhau, frutos do mar e carnes em geral. Legumes e verduras passam um pouco ao largo. Não há muita criatividade nos acompanhamentos. Os doces são variadíssimos e há padarias/confeitarias por toda parte. E o incrível é que os doces de padaria são gostosos! O vinho está presente em todas as refeições. Nos restaurantes, as pessoas comem muito, as porções são generosas e sempre acompanhadas com vinho. Durante um almoço, em Coimbra, aconteceu um fato diferente. Eu estava almoçando sozinha. Pedi a meia porção de  um prato de pescada com batata e couve. Veio super bem servido e tive que deixar bastante. Quando o garçom viu aquilo, disse que eu havia comido muito pouco e que só pagasse metade. Ou seja, paguei metade da metade. Realmente foi surpreendente, além de econômico!!
Manteigas - Serra da Estrela

Alugamos um carro, com Hertz, e rumamos para a Serra da Estrela.
Peculiaridades portuguesas: Ao alugar o carro, no porta-luvas há um colete reluzente a ser vestido, para caso de troca de pneu. No caminho, passamos por várias cidadezinhas, inclusive por Torrozelo. Nesta aldeia, ou vila, nasceu meu bisavô e moraram minhas tias/tios e avó, quando pequenos. É incrível imaginar como deve ter sido aquilo em 1908, quando uma de minhas tias nasceu. A casa permanece lá. Grande, com um quintal cheio de oliveiras. O nome, no entanto, é outro, hoje em dia. Antes, se chamava Vila Helena (por causa de minha avó), e hoje chama-se Vila Fernanda, em homenagem a um parente do comprador. Visitei o mini-cemitério e vi que lá estão muitos parentes Mendes e Moreiras. Inclusive meu avô. Que idéia cruzar o oceano, deixando aquela vilinha, e ir para o Rio de Janeiro!! Eles faziam isto muitas vezes. Na Estrela, ficamos em Manteigas, e chegou a nevar um pouquinho ainda. A paisagem é linda, e nas minhas lições geológicas aprendi que ali há um vale em U, por onde houve no passado uma geleira.
Serra Da Estrela - Valem em U
                                                      
Continuamos para Viseu.Seguimos para Vila Real, onde aconteceu um fato que contado parece piada de português. Dormimos numa pousada  onde a chave tem que ficar do lado de fora da porta!!! Sim, isto mesmo. Para que os hóspedes noturnos possam entrar!! Inacreditável, mas ao invés de fazer uma cópia da chave da porta principal para juntar à chave dos quartos, eles preferem deixar a chave na porta, para o lado de fora!! Tudo bem, mas eu botei uma cadeira atrás da minha porta, pelo menos se alguém entrasse eu poderia ouvir !!
Viseu
No caminho para o norte passamos por muitos olivais e inúmeras plantações de uvas.Há estradões enormes (exigência da UE) e estradinhas pitorescas. Escolhemos as segundas, quase sempre. Chegamos até o Parque Peneda-Geres, que fica na divisa com a Espanha e era um dos objetivos principais de nossa visita. Uma região bem bonita, de natureza selvagem. O tempo foi camarada e felizmente não choveu, embora estivesse frio ainda.
Parque Peneda-Geres
                                                                
Viana do Castelo
 
Descemos pelo litoral e ficamos em Viana do Castelo, onde há uma idéia brilhante a ser copiada. Todo o centro da cidade é um imenso estacionamento subterrâneo. Mesmo os hotéis de beira-mar não possuem garagens. Há que se usar o estacionamento, que no período da noite é bem barato. A chuva voltou e nos acompanhou até o embarque para a Inglaterra. Passamos por Barcelos, do famoso galinho; por Castro Laboreiro (da raça dos cachorros de mesmo nome); Porca de Murça (de onde trouxemos um exemplar dos azeites virgens mais puros do mundo, apenas 0.2 de acidez); Póvoa de Varzim, onde experienciamos o congestionamento “a la portuguesa”, e  por infinitas cidadezinhas que nem vou mencionar. 
Barcelos

Lisboa está mais confusa e cheia de gente. Aliás, muita gente do leste europeu. Isto foi algo novo, tanto na Inglaterra e Irlanda quanto lá, passamos a ouvir linguas diferentes nas ruas. No centrão, os caras abrem a mão e oferecem drogas no meio da rua!! O rosto multi-nacional do  meu marido propicia estas coisas. De qualquer forma  parece piada para quem vem do Rio de Janeiro, onde isto nunca nos aconteceu !!

O aeroporto de Lisboa fez reformas desde 2001, mas não adiantou muito. Continua confuso, com poucas pessoas para atender na imigração e um free-shop no meio do caminho. Se a pessoa vacilar, e perder muito tempo fazendo compras, corre o risco de perder o avião, pois ainda há que se enfrentar fila para carimbo final antes do embarque. Mas, revisitar Portugal é sempre um prazer!!


Alguns hotéis que utilizamos: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.

Custo total aproximado por dia: EU$ 202,00.

Período da Viagem: Abril e Maio 2008 



If we try to translate certain expressions the Portuguese people use, it is as if we did not speak the same language. Being in Portugal is curious.It is one of the few countries where we open our mouth and our nationality is immediately discovered. The next question, is generally from which region in Brazil do you come from. The first impression of the people can be misleading as they tend not to smile and reply blantly to ordinary questions. However they are very honest and give many suggestions about what to buy, where to eat etc.

In may cities, the cranes still dominate the skies. It is as though money from the EU hasn´t finished yet. However, an engineer told us that there are more than 200.000 empty houses. The dream of a second home did not materialize. We were also told that many youngsters prefer to leave Portugal and try to find jobs somewhere else, therefore there is a lack of engineers in the country.

Orange trees filled with fruit. It seems it is not a habit to make orange juice. I tried to suggest it to the owner of a hotel we were staying at and he said he would have to buy a juicer!

Coimbra is the native town of my mother. The university has a lovely library covered in gold, that probably came from Brazil. The city is very nice and has a beautiful garden along the river. The ancient buildings are well kept.

Eating is a celebration and wine is part of all meals. Dried cod fish and seafood are very strong presences at the Portuguese table. Egg based sweets are traditional and there are coffee shops and bakerys all over the towns. Food comes in good portions and once having a lunch something different happened. I ordered half meal but as I did not manage to finish it, the waiter said I had to pay just ¼ of the price. It was amazing and economic!

We rented a car with Hertz and headed to Serra da Estrela. A peculiar trait of rented cars is a sparkling yellow vest that must be worn in case of changing tires. On our way to Estrela, we visited small villages and towns, including Torrozelo, where my great grandfather was born. My grandma and uncles also lived there in the beginning of the 1900’s. It must have been extraordinary to live in such a small place. The house was still there with a garden filled with olive trees. Today it is no longer called  “Vila Helena” (in honour to my grandma) and it is now “Vila Fernanda” who must be a relative of the owner. We visited the small cemetery and saw many Mendes and Moreira families, including the tombstone of my grandpa.

We were based in Manteigas and we saw a little bit of snow. The landscape is lovely and during my geology lessons I learnt that on the U valley of today, there was once a  glacier.

Our next stop would be Viseu. On our way, we stopped at Vila Real. At the hotel, something very funny happened. The main entrance holds a key to the outside. Instead of making a copy of the key to the hosts, they think it is easier to leave on the door, so that the night comers can get in… Coming from a big town, I thought it was really awkward and kept a chair behind my room door.
 
The north was our direction and we crossed many olive and grapes plantations. Big highways or tiny picturesque roads are the options. We chose the latter to get to Peneda-Geres Reserve Park. It is an enchating region, on the border os Spain and it has a pretty wild nature. We were very lucky it did not rain though it was still cold.

On the seashore we were down to Viana do Castelo, where a good idea caught our attention. There is a huge underground parking place all over the city center. Even the hotels offer places for the overnight on the same parking at a cheap price for the night.
Rain escorted us on our way back till our departure. We passed by Barcelos, of the famous small cock, as well as by Castro Laboreiro (there is lineage of dogs with this name) and in Porca de Murça we bought a very pure olive oil (less than 0.2 acidity).

Lisbon seemed more overcrowded. It is easy to hear languages of the Eastern Europe on the streets. A man offered drugs to my husband in the middle of the pavement of Commerce Square.

The airport has gone through refurbishment since 2001 when we were there but it did not flow very well. It is still strange and there is a free-shop zone in the middle of the way. If the tourist gets distracted by shopping, he runs the risk of missing the plane, because one should queue for another passport stamp past this shopping point.

Hotels we stayed at: Ibis Coimbra http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1672-ibis-coimbra/index.shtml; Albergaria Berne Manteigas http://albergaria-berne.planetaclix.pt/ ; Lagoa Azul do Gerês http://www.lagoaazuldogeres.com/; Hotel Jardim Viana do Castelo http://www.residencialjardim.pt/.

Approximate cost per day: EU$ 202,00.

Period of trip:  April and May 2008




CHINA - BEIJING

(English version at bottom)

Beijing ou Pequim? Depende da vontade do viajante. Parece que Pequim guarda os segredos da antiguidade, enquanto Beijing flerta com a modernidade globalizada. Mas está muito claro que a cultura é, ainda, fortemente oriental deste lado do mundo.
Os chineses são bilhões de sorridentes, mesmo que os dentes não sejam tão brancos e alinhados, como gostaria um bom sorriso; em grande parte da população os dentes são escurecidos. Talvez seja a alimentação, ou muito chá... Parte também não possui dentição completa. Mas, mesmo assim eles sorriem bastante, embora algumas vezes pareçam sorrir de, e não, para você. Tudo bem. A gente sempre acha que o sorriso é para abrir passagem. Mas como sustentar uma reclamação com alguém que ouve calado e apenas sorri de volta?  Depende da vontade do viajante continuar brigando, ou ceder sem ligar.
Comidas de Rua - Street food
Não se importar muito, talvez, seja o principal cardápio chinês. Come-se de tudo a qualquer hora, em qualquer lugar. Em restaurantes chiques, executivas bem vestidas misturam camarão com doces, enquanto o povão come macarrão pela manhã. Barracas multicoloridas ostentam comidas de rua ligeiras. Parecem crocantes espetinhos não se sabe de que, ou bolinhos recheados de surpresas, assim como caldinhos coloridos e enfumaçados. Vários odores invadem o ar, alguns são agradáveis e abrem o apetite, outros nem tanto... Sempre sorrindo, os chineses saúdam o estrangeiro que usa palitinhos no bandejão da esquina. Incentivam-no de longe. Uma vez mais não se sabe se sorriem de, ou para você. Estamos em 1996, e só uma loja McDonald’s reina no centro da cidade. No entanto, já está lotada todos os dias. Também há uma única Pizza Hut.
Templo do Paraíso - Temple of Heaven
As lojas funcionam de Domingo a Domingo, em Beijing. A cidade não pára, o progresso invade o céu cinza, colorido por enormes guindastes amarelos, laranjas, verdes. As árvores ficaram para os parques, a fumaça e o nevoeiro das manhãs criam um nascer do dia de paisagem meio apocalíptica, que parece não combinar com uma filosofia milenar. Ou seria melhor pensar em fumaça de incenso.... Na terra dos templos e pavilhões de nomes inspiradores, o ar (que se inspira) é insatisfatório. Do “Templo do Incenso para Buda” ao “Templo das Boas Colheitas” é difícil alcançar o “Templo do Paraíso” sem perceber que, aqui também, o progresso se faz em detrimento da qualidade de vida, e que será quase impossível chegar ao “Pavilhão da Felicidade e da Longevidade” sem passar pelo “Jardim da Virtude e da Harmonia” entre homem e natureza. Mas ainda não soou o gongo no “Templo do Grande Sino”!! Todavia, depende da vontade do viajante esquecer-se um pouco da poluição e confusão da cidade, envolvendo-se num passeio ao Palácio de Verão.
Palácio de verão - Summer Palace

Jardins de magnólias, pagodes multicoloridos, flor de lótus nas águas, pontes dando acesso à ilhas sob imensos lagos, telhas retorcidas em formatos e cores distintas. Paredes esculpidas com 1000 budas, requintadas salas de trono embelezadas por bordados de fios de ouro, arcos, dragões nos telhados, estatuetas de fênix em pedestais, gigantes dragões de bronze, pinturas em semicírculo com efeitos tridimensionais. Pontes com nomes engraçados derivados de diálogos filosóficos. Seriam vastos parágrafos a descrever a beleza e o cuidado do Palácio de Verão. Diferentemente da Cidade Proibida, este foi concebido sob a perspectiva de um jardim. Não faltam histórias e piadas sobre a vida dos imperadores e imperadoras que por lá passaram.
Praça Tian Men - Tian Men Square
                                            
Descortinam-se os portões da Cidade Proibida junto à enorme Praça Tian Men, ou da Paz Celestial. Ocupa uma vasta área e possui cercas trabalhadas em mármore. Ainda hoje, tem o ar solene de uma Cidade-Estado. O sol quente penetra as alamedas com poucas árvores e, aos tetos ornados em ouro, somam-se os muros e casas vermelhas. Ao longe, as pessoas parecem pequenas formigas sumindo na imensidão das escadas e pontes. 
Cidade Proibida -  Forbidden City
                                                      
Tudo parece grande em Beijing. Os quarteirões são gigantes. A quantidade de bicicletas circulando é fenomenal. Existem as avenidas, as ruas e as ruas de bicicletas, todas convivendo no mesmo espaço. Para as bikes há sinal e guarda de trânsito em cada cruzamento. Nos estacionamentos são milhares. Iguaizinhas, a não ser pela plaquinha. Como fazer para achar a sua no mar de ferro, e deslocá-la, então? Tarefa para paciência chinesa! A maioria das bicicletas é antiga e nelas trafegam moças de vestido, de saia, e até homens de paletó. Algumas servem para riksha. O nosso era azul, com capota de lona e um motorista/pedalante franzino. À outras bicicletas acoplam-se pequenas “carretas-lojas” como a dos barbeiros. Nelas são transportados a barraca de praia, para o sol, a cadeira, um pequeno cercadinho de 4 placas, o avental e os utensílios dos barbeiros e cabeleireiras que se instalam nas praças públicas. Uns ao lado dos outros, parecem possuir freguesia garantida. Também é comum ver o “laboratório” de um retratista na praça, e muita, muita gente praticando esportes marciais a céu aberto.
Milhares de bicicletas - Thousands of bikes
                                                       
Deslocar-se numa cidade onde não se entende nada do que está escrito é desafiador. Há que se ter um mapa constantemente e saber direcionar-se. Os sorridentes motoristas de táxi logo reconheciam nosso hotel quando o apontávamos no mapa, e gentilmente comentavam: - “Ah!  Pory”. Nosso hotel era o Poly Plaza. No metrô, percebe-se logo um cheiro de mofo. Viramos atração, devido às bermudas de meu marido. Era impossível não perceber que os chineses apontavam e riam das pernas peludas. Desta vez tenho certeza, riam de nós.
Beijing

No verão há muitos chineses viajando. Creio que alguns estavam na cidade pela primeira vez. Conhecer a capital, fazer fila imensa no túmulo de Mao e um lanchinho à sombra na praça. Fui surpreendida por duas amigas, neste quesito. Aproximaram-se com uma câmera na mão e prontamente entendi o gestual para que fizesse uma foto das duas no jardim. Isto era minha suposição, mas os gestos indicaram que queriam que eu estivesse na foto com uma delas, que sem cerimônia passou o braço sobre meus ombros. Fiquei a imaginar qual seria o comentário quando da exibição da foto: - “Veja esta ocidental que encontrei em Beijing”, ou – “olhe a cor do cabelo dela”- De fato, às vezes independe da vontade do viajante estar pronto a se surpreender em Beijing.

Chega-se de teleférico à Muralha da China em Mutianyu. Esta é uma das partes mais preservadas da colossal fortaleza. É difícil pensar que milhões de pessoas viraram cimento humano construindo esta cidadela que pode ser observada desde a lua. Perde-se na imensidão dos morros verdes. De quando em quando há uma torre, como pequenas sentinelas com janelas para todos os lados.
Muralha em Mutianyu - Great Wall at Mutianyu
Em todos os lados da cidade também vemos os “soldados eternos”, como denominei-os. São cidadãos que usam seus uniformes todos os dias, talvez de domingo a domingo. Alguns bem puídos, desbotados. Fiquei imaginando se realmente a farda teria a função de uniforme, ou seja substituir a roupa, mas por uma medida de economia.
Economia é o que todo turista gosta de fazer quando vai às compras. Em Beijing é simples. Há que se barganhar tudo. Uma simples incursão, a passeio, pelo Mercado de Sedas pode se transformar em barganha. Ao perguntar o preço de uma peça a resposta imediata é: Você diz o preço!! Nada mais conveniente para um turista. A técnica chinesa é fazê-lo acreditar que quem dita o preço é o comprador.

Numa civilização tão antiga, não é difícil encontrar, no museu, peças em bronze do século IV A.C. O que fica um pouco mais complicado é tentar entender um museu onde não há qualquer explicação em outra língua, a não ser em mandarim. Com o cloisoné às vezes é um pouquinho mais fácil, pois alguns artistas arranham o inglês. No geral, é uma batalha encontrar alguém que mantenha uma conversação no idioma bretão. A intenção é boa, começam saudando o turista com o “Good Morning” no elevador, mas não vai além disto. Na tentativa de qualquer outro diálogo de continuidade a resposta é sorriso e mais sorriso.

E sorrindo visitamos Pequim, ou Beijing. Não faz diferença, o importante é ver, viver e sorrir!

Hotel utilizado: Poly Plaza. Restaurante do Swiss Hotel, que fica quase em frente, uma ótima pedida para restaurante de comida internacional.

Custo  total aproximado por dia: US$ 160,00

Período da Viagem: Agosto 1996

 
Beijing or Peking?  Depends on what the traveller likes best. It seems that Peking still holds the old secrets, whilst Beijing is in love with the modernization. However, what is still striking is that the oriental culture is very strong on this side of the world.
The Chinese are always smiling, though their teeth look a bit worn out, at times. I wonder whether it is a consequence of their diet, or  simply too much tea. We had the impression that  sometimes they are smiling of us, and not at us.
Street food - comida de rua
Eating habits can be quite peculiar. Everywhere, anywhere and everything being the words that best express it. In fancy restaurants, young business ladies mix prawns with sweets while the ordinary man on the streets eat noodles for breakfast. Barbecue of little insects and steaming stews and broths can be seen in stalls all over town. In 1996 there is just one McDonald´s shop and one Pizza Hut in the city.
Shops are open from Sunday to Sunday. The city never stops and a sort of black smoke is permanently seen on the sky. The mist of the mornings and the pollution  create a chaotic landscape that do not seem to match the ancient philosophers. On a country full of temples of inspirational names the air one can breathe is not very satisfactory.  From the "Temple of the Incense to Buda" to the "Temple of the Great Harvest" it is difficult to reach  "Temple of Heaven" without noticing that progress is made in detriment of the quality of living. It is hardly possible to get to the" Longevity Pavillion" without passing through the "Garden of Virtue and Harmony" between man and nature. But it seems the bell hasn´t really rang on the "Great Bell Temple"…
Summer Palace - Palácio de Verão

One way to get away from pollution is visiting the Summer Palace. Multi-coloured pagodas, isles, bridges, lakes, walls carved with 1000 budas, dragons on ceilings, thrones embroidered in gold, phenix statues. I would need many paragraphs to describe the grandeur of the place. Differently from the Forbidden City, this palace was conceived to be a garden. There are many jokes about the emperors and empresses who lived there.
Forbidden City - Cidade Probibida
The gates of the Forbidden City can be reached by the huge Tian Men Square. The fences are all made in marble and the city has a solemn aspect till nowadays. Everything is big in Beijing. The amount of bikes is extraordinary. They move on private lanes with traffic lights and policemen to organize the mess. Some bicycles are used as barber shops or photo shops. They carry their instruments and work on public squares. Many people do sports and martial arts on the squares as well.
Details of the roofs - detalhes do teto
 It is imperative to have a map on hand to use taxis or even the subway as it is impossible to understand a word. The subway is a little smelly and we became the centre of attention due to my husband´s hairy leg. We were definitely sure this time that they were laughing of us.
In Summer, flocks of tourists were arriving in town. They queued patiently in front of Mao´s tomb and pic-nicked everywhere. Two friends surprised me on a garden asking for a picture. When I offered to click them, I realized they wanted me on their picture. One of the girls embraced me, while the other took the snap. I wondered what their comment might have been about a Western on the park.
Great Wall - Muralha da China

The Great Wall, at Mutianyu is reached by cable car. This part of the wall is still very protected. It is hard to believe millions lost their lives to build that amazing fortress. From time to time there is a sentry to remind us of the nature of the construction.
The Chinese love to bargain. Even if you are just taking a look of the silk pieces at the local market, they start the game of bargaining. They like to make you believe that you are the one who will put the price on the item. If you pose a question on the price, they immediately reply “You say how much”. Whatever you pay, at the end, is worth and not really expensive.
In such ancient society, it is not difficult to find bronze craft from the IV century BC in the Museum. What is not easy to understand, however, is why everything in the Museum is just written on Chinese. 
Cloisonné

When visiting cloisonné factories it becomes easier as some people do speak little English. Apart from greetings, in the general the population does not speak any other word in English. But they do smile a lot, when being asked for information.
And smiling we visited Beijing or Peking, it does not matter which name you call it. The important is to come, see, enjoy and smile.

Hotels we stayed at: Poly Plaza. The Swiss Hotel (for international food).

Approximate total cost per day: US$ 160,00